Qual nosso inimigo?
O ser humano cria uma corrida entre nações, entre empresas, entre institutos e pesquisas. Entre pessoas que não sabem que competem. Nosso paradigma é da competição. A competição por quem publica primeiro, inventa primeiro, vende primeiro, pensa primeiro, posta primeiro. Evoluímos com isso?
No início da
nossa história, enfrentamos animais maiores, tempestades gigantescas e
grande carestia. Era preciso nos mover de local em local atrás de
sobrevivência. Muita energia para pouco resultado. Hoje temos conforto do
delivery, conversamos a longas distâncias sem sair do lugar. Acumulamos energia
em gordura e nossos inimigos são microscópicos, não os vemos. Apenas somos
abatidos nessa competição pelo que não ganhamos, um tal mercado é quem lucra.
Evoluímos afinal?
Acredito que
se mandamos câmeras filmar astros distantes, ao passo que nosso olhar consegue
detectar partículas subatômicas para compreendê-las, porque não propor um
paradigma oposto ao da competição, do lucro, da corrida pela dianteira? Porque
não deixar fruir novos pensamentos que nos tornem mais unidos, solidários e
colaborativos?
Ideias nos
prendem conservando paradigmas de séculos atrás em áreas da ciência
fundamentais como a sociologia, a economia, a cultura. Temos um preconceito
(que nos é ensinado, lembre) que nos mantém presos a dicotomias, a oposições
que competem, mas que não existem mais. Porque, então, não deixar a ciência
humana tão livre como a ciência espacial para voar? Que banco (ou dono do
mundo) que lucra com a covardia conservadora, apenas para não perder seu
capital, num novo sistema humano de colaboração e partilha?
Acredite,
pessoas estão pensando nisso agora e sendo caladas.
Não proponho
a partilha do capital ou dos meios de produção (uma ideia de quase 200 anos
atrás). Mas algo mais moderno: uma partilha da nossa vivência com a natureza,
com os outros seres humanos, com o conhecimento que habita em nós em
partículas, e que quando partilhado se torna a sabedoria divina. O conhecimento
ancestral e fundante que é tão moderno quanto eficaz e que surge apenas nos
seres desprovidos de competição e de lucro. Não há monstro gigante nem vírus
microscópico que resista ao poder da união dos humildes.
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